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Etnomatemática: Uma Alternativa Metodológica

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Assista aqui um vídeo sobre o Mankala Aware

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O USO DA ETNOMATEMÁTICA COMO ESTRATÉGIA FACILITADORA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Ana Brandão de Souza
Jonathan Cardozo
Vanessa Garcez
(licenciatura em Matemática - UEPA)
triofractal@gmail.com

As constantes mudanças científicas, tecnológicas e sócio-culturais, características do mundo moderno, exigem do professor o desenvolvimento de novas competências e habilidades, que funcionem como “chaves” para facilitar o processo ensino-aprendizagem. Na busca por essas habilidades, várias tendências vêm sendo desenvolvidas inclusive, na área de Educação Matemática, entre elas, a Etnomatemática que pressupõe facilitar o processo ensino-aprendizagem da matemática a partir do conhecimento que o aluno adquire no meio em que está inserido, ou seja, no seu ambiente cultural. A inserção desse conhecimento à sala de aula é a proposta deste artigo.

Palavras-chaves: etnomatemática; cultura; conhecimento matemático.

1. ETNOMATEMÁTICA – O CONCEITO

A etnomatemática parte do pressuposto de que o ensino de matemática deve levar em consideração a realidade sócio-cultural do aluno, o ambiente em que ele vive e o conhecimento matemático que ele traz de casa. Seu principal idealizador, Ubiratan D' Ambrósio1 , em artigo para a Revista da Sociedade Brasileira de Matemática2, define a etnomatemática como sendo “a arte ou técnica ( techné→ tica ) de explicar, de entender, de se desempenhar na realidade (matema) dentro de um contexto cultural próprio (etno)” . A etnomatemática também é entendida como um programa, no sentido de pequisa, que tem como objetivo analisar como, ao longo da sua evolução, a espécie humana gerou, organizou e difundiu artes e técnicas, com a finalidade de entender, explicar, lidar com o ambiente natural, social e cultural, próximo ou distante, assumindo o seu direito e capacidade em transformá-lo.
Por “ etno “, deve-se entender, não apenas etnias, mas, num sentido mais amplo, os diversos grupos culturais, a saber: populações indígenas, grupos de trabalhadores ou artesãos, comunidades periféricas de ambientes urbanos, comunidades ribeirinhas, classes profissionais ou até mesmo, faixa-etária. Cada um desses grupos sociais, têm sua própria maneira de entender, explicar, lidar com o ambiente natural, social e cultural em que vive. Daí a necessidade de alternativas que facilitem o processo ensino-aprendizado de cada grupo.

2. UMA PROPOSTA ALTERNATIVA PARA A SALA DE AULA

Partindo do pressuposto de que cada indivíduo carrega consigo raízes culturais próprias, o momento de encontro dessas raízes, na sala de aula, tende à uma dinâmica muito complexa, que pode ser positiva ou negativa, considerando que inevitavelmente, durante esse processo ocorre aprimoramento, transformação ou substituição de raízes.
Consideramos positiva a aproximação entre culturais que resulta em um processo criativo, onde o indivíduo poderá sentir-se independente, fortalecendo suas raízes sem suprimir as raízes do outro.
O conhecimento matemático adquirido no meio cultural de cada um, deveria servir de ponte facilitadora para a introdução do conhecimento acadêmico. Porém, devido à supervalorização atribuída ao pensamento formal, pelo atual sistema de ensino, esse conhecimento acaba por não ser trabalhado em sala de aula, amputando, dessa forma, os valores socioculturais do aluno, criando assim uma relação de desconforto com a matemática. Para D' Ambrósio, as aulas de matemática devem ter por base os conhecimentos matemáticos transportados de fora para dentro da escola. Este conhecimento deve ser desenvolvido a partir da própria experiência de vida do aluno.
Os professores precisam respeitar, entender e aceitar a cultura dos alunos, interpretar as realidades externas em termos matemáticos para associá-las a experiências curriculares.

2.1. MANKALA: UM JOGO DA CULTURA AFRICANA
Um dos aspectos mais relevantes da etnomatemática, é a compreensão sobre o respeito devido à cada grupo social e o resgate da cultura esquecida: O Mankala , constitui uma família de mais de 200 jogos africanos que simulam uma colheita. É um jogo de tabuleiro que permite, na escola, trabalhar com os valores civilizatórios africanos, as inteligências múltiplas e diferentes áreas do conhecimento.

2.2. A IMPORTÂNCIA DIDÁTICA DO JOGO:

O jogo ajuda o usuário no desenvolvimento de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na agilidade do raciocínio dedutivo, na resolução de problemas e servem de apoio à construção do conhecimento em diferentes áreas do currículo escolar.

2.3 MATERIAL NECESSÁRIO:

a) Sugestão para o tabuleiro: uma caixa de ovos de uma dúzia ou duas de seis ovos, que serão as duas fileiras de 6 covas; 2 potes vazios de iogurte, que serão o depósito das sementes;
b) 48 sementes ou material equivalente: vale fichas, tampas de garrafa pete, botões ou mesmo pedrinhas. O uso das sementes pode ser mais interessantes se o público alvo são crianças do campo, por exemplo.

2.4 COMO JOGAR:

a) Dois jogadores frente à frente, intermediados pelo tabuleiro, escolhem o lado em que querem jogar;
b) Um dos jogadores distribui as 48 sementes pelas casas, colocando 4 sementes em cada uma delas;
c) Aquele que inicia o jogo retira de uma das casas as 4 sementes e as distribui sucessivamente pelas casas vizinhas no sentido anti-horário. Se o caminho a percorrer passar pela sua própria mankala( depósito), uma semente deve ser depositada nela; se passar pela mankala do adversário, nenhuma semente deve ser depositada nesse recipiente.
d) Toda vez que a última semente cair na mankala do próprio jogador, este joga novamente; se a última semente cair na casa vazia do jogador, este ganha o direito de capturar todas as sementes do opositor que estiverem na casa defronte e depositar em sua própria mankala juntamente coma as sementes de sua última jogada.
e) O jogo termina quando:
e.1)Não é possível colocar sementes no campo do adversário: nesse caso, o jogador pega todas as sementes que estão nos dois campos e as coloca em seu depósito (mankala);
e.2) Restam tão poucas sementes que não é mais possível ocorrer capturas: neste caso as sementes que estão nas covas não ficam com ninguém; e.3)Vence o jogo quem tiver capturado mais sementes.


IMAGEM ILUSTRATIVA DO JOGO

2.5. CONTEÚDO MATEMÁTICO EXPLORADO NO JOGO:

Fixação das noções de duração e direção, pois há um tempo de jogar e direção a ser seguida;
Formulação de hipóteses;
Realização de cálculos, seleção, ordenação e quantificação de grandezas;
Raciocínio dedutivo; resolução de problemas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como na execução do jogo apresentado neste artigo, percebemos as grandes possibilidades que o uso da etnomatemática proporciona ao educador que pode se “apropriar” desses recursos e os conhecimentos matemáticos que o aluno já traz de casa, e introduzir novos conceitos, a partir do cotidiano do mesmo. Ex: O ensino de geometria a um pedreiro, é facilitado se o professor considera o conhecimento informal que o aluno já possui sobre o assunto; a criança ribeirinha assimila com mais facilidade as formas geométricas, se o professor introduz o assunto a partir da construção de barcos, por exemplo, ou de uma brincadeira típica da região. Isso implica em partir daquilo que é peculiar ao aluno, para então se chegar ao conhecimento formal ou acadêmico, ou seja, o objeto que o aluno já compreende como concreto, serve de base para as abstrações mais complexas.
Para D' Ambrósio, a separação entre a vida do cotidiano e a vida escolar seria menor se os professores e profissionais da educação compreendessem o motivo que levam os adultos a resistirem a uma simples passagem dos conhecimentos práticos para os conhecimentos matemáticos escolares, e a partir dessa descoberta, desenvolver ou trabalhar técnicas que amenizem essa resistência.
Pensar na matemática, não mais como uma ciência formal, fechada, mas como um conhecimento que é produzido e aplicado de formas diferentes, por diferentes grupos sociais, é o primeiro passo para uma mudança no processo ensino-aprendizado de nossas escolas.

5. BIBLIOGRAFIA

D' AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática em Revista. SBEM. 2002
D' AMBRÓSIO, Ubiratan. Diário na Escola. Edição do dia de Outubro de 2003
DELFINO, Maria Aparecida. A etnomatemática em uma Sala da EJA: A Experiência do Pedreiro. PUC/ SP. 2007
LOPES, Vera Neusa. Revista do Professor. Ano 2004. Número 96. out/ dez. 2008

O calendário maia

Muitos já ouviram falar do calendário maia, mas alguém sabe como funciona?
Bem, hoje vamos aprender um pouco de matemática maia. Divirta-se!

A matemática maia

Junto com seus avanços do calendário, os maias também inventaram seu próprio sistema de matemática. Eles usavam uma série de pontos e barras para escrever os números. Um ponto era igual a uma unidade enquanto que uma barra significava cinco unidades. Um símbolo de concha significava zero.


Sistema matemático maia-1-20

Sistema matemático maia-1-20

Em um sistema parecido com o que usamos hoje, os maias utilizavam valores para designar números grandes. Todavia, as semelhanças acabavam aí. Os valores eram verticais, enquanto que os nossos são horizontais. Por exemplo, nós escrevemos o número 27 horizontalmente - o número 2, e depois o número 7 à direita. Os maias escreviam o número 27 verticalmente - o símbolo do número 7 (uma linha com dois pontos sobre ela) ficava na parte de baixo e o símbolo de 20 (um ponto na linha acima) estaria diretamente sobre ele. O mesmo se aplica para outros número como o 29.

Matemática maia - 27
Matemática maia - 27
Matemática maia - 29
Matemática maia - 29

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Uma historinha para Reflexão

Um grupo de cientistas e pesquisadores colocou numa jaula 5 macacos, no meio da jaula uma escada, no alto da escada um cacho de bananas. Quando um macaco subia para pegar as bananas, um jato de água fria era jogado sobre os que estavam no chão.
Depois de um certo tempo, quando um macaco subia as escadas para pegar as bananas, os outros o puxavam e o espancavam.
Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais para pegar as bananas; o jato se tornou desnecessário.
Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir na escada para pegar as bananas, sendo logo puxado e espancado pelos outros. Depois de algumas surras, o novo integrante não subia mais a escada.
Um segundo substituto foi colocado na jaula, e o mesmo aconteceu com este, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na rua ao novato;
Um terceiro foi trocado, e o mesmo ocorreu. Um quarto e afinal, o último integrante dos 5 iniciais foi substituído.
Os pesquisadores tinham então na jaula, 5 macacos que mesmo nunca tendo tomado banho de água fria, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batia em quem tentasse subir a escada, com certeza dentre as respostas, a mais frequente, seria: NÃO SEI, MAS AS COISAS SEMPRE FORAM ASSIM POR AQUI!

domingo, 30 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Etnomatemática
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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A etnomatemática surgiu na década de 70, com base em críticas sociais acerca do ensino tradicional da matemática, como a análise das práticas matemáticas em seus diferentes contextos culturais. Mais adiante, o conceito passou a designar as diferenças culturais nas diferentes formas de conhecimento. Pode ser entendida como um programa interdisciplinar que engloba as ciências da cognição, da epistemologia, da história, da sociologia e da difusão.
A palavra foi cunhada da junção dos termos techné, mátema e etno. Segundo Ubiratan D'Ambrósio o Programa Etnomatemática "tem seu comportamento alimentado pela aquisição de conhecimento, de fazer(es) e de saber(es) que lhes permitam sobreviver e transcender, através de maneiras, de modos, de técnicas, de artes (techné ou 'ticas') de explicar, de conhecer, de entender, de lidar com, de conviver com (mátema) a realidade natural e sociocultural (etno) na qual ele, homem, está inserido."[1]
Tomando o campo da matemática como exemplo, numa perspectiva etnomatemática, o ensino deste ganha contornos e estratégias específicas, peculiares ao campo perceptual dos sujeitos aos quais se dirige. A matemática vivenciada pelos meninos em situação de rua, a matemática desenvolvida em classes do ensino supletivo, a geometria na cultura indígena, são completamente distintas entre si em função do contexto cultural e social na qual estão inseridas.

Referências
D'AMBRÓSIO, Ubiratan. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, p. 99-120, 2005.

[editar] Ver Etnomatemática
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